São Paulo registra a terceira morte suspeita por intoxicação após o consumo de bebida alcoólica adulterada com metanol. O caso mais recente ocorreu em São Bernardo, na região metropolitana, onde o Instituto Médico Legal investiga se a causa da morte está relacionada à contaminação pela substância tóxica. A capital paulista também já contabiliza uma vítima fatal.
A Polícia Civil realizou apreensões significativas nesta segunda-feira, confiscando cerca de 100 garrafas de bebidas alcoólicas em três estabelecimentos na capital. O material apreendido será submetido a perícia, com o objetivo de auxiliar nas investigações em curso.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde revelam que, desde junho, o Centro de Vigilância Sanitária confirmou seis casos de intoxicação por metanol. Atualmente, dez casos adicionais estão sob investigação na capital, todos com suspeita de intoxicação por consumo de bebida contaminada.
O metanol é reconhecido como uma substância altamente tóxica e de risco coletivo à saúde pública. Especialistas alertam que sua presença em bebidas alcoólicas destinadas ao consumo humano é inaceitável.
A Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia divulgou um alerta sobre os perigos do metanol, que pode levar à neuropatia óptica, uma doença grave que causa perda de visão irreversível. Os sintomas de intoxicação, que surgem entre 12 e 24 horas após a ingestão, incluem dor de cabeça, náuseas, dor abdominal, confusão mental, visão turva repentina ou cegueira.
Em resposta aos casos notificados, a Secretaria Nacional do Consumidor e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual emitiram uma nota técnica com recomendações aos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no estado.
A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) levanta a possibilidade de que os casos de bebidas adulteradas estejam relacionados a criminosos envolvidos na adulteração de combustíveis, investigados na Operação Carbono Oculto. No entanto, a Secretaria de Segurança Pública ainda não confirma essa ligação. A ABCF reforça a importância de adquirir bebidas em locais confiáveis e observar o odor e sabor para evitar a compra de produtos adulterados.
Diante de qualquer suspeita, a venda da bebida deve ser imediatamente interrompida. A comercialização de produtos adulterados é crime previsto no Código Penal, sujeito a reclusão e multa, além de ser considerado crime contra as relações de consumo.
Os estabelecimentos são orientados a instruir os consumidores a procurar atendimento médico com urgência em caso de suspeita de intoxicação, e a acionar o Disque-Intoxicação pelo número 0800 722 6001. Também é recomendado comunicar a Vigilância Sanitária, a Polícia Civil e o Procon.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br