Novo Mercado São José revitaliza cena gastronômica e cultural de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Após anos de abandono, o espaço reabre suas portas com uma nova proposta, impulsionada por investimento privado e curadoria focada em produtores locais.
O empresário aposentado Luis Sérgio Santos, acompanhado de seu cão Zé, visitou o mercado recentemente e relembrou os tempos em que o frequentava antes de seu fechamento em 2018. Ele notou que o local, antes com um estilo colonial e atmosfera aconchegante, embora necessitasse de reformas, agora se apresenta mais moderno, confortável e bem estruturado.
A farmacêutica Luiza Gotin, moradora de Laranjeiras desde 2020, expressou sua satisfação com a revitalização, lembrando do antigo mercado em estado precário. Para ela, a revitalização representa mais segurança e um novo espaço de interação com restaurantes.
A prefeitura do Rio adquiriu o prédio e um terreno adjacente em 2023 por R$ 3 milhões. A Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar) realizou uma seleção pública, e um consórcio liderado pela Engeprat, com a curadoria da Junta Local, foi escolhido para administrar o espaço pelos próximos 25 anos, com um investimento privado de R$ 10 milhões na revitalização.
O centro gastronômico, conhecido como Mercadinho São José, conta com 16 empreendimentos, incluindo hortifruti orgânico, queijaria, confeitaria, cozinha árabe, café especial, massas artesanais, sorvetes veganos, fermentados, bares e restaurantes. O mercado funciona de terça a domingo, das 10h às 22h, na Rua das Laranjeiras, 90.
Para alguns empreendedores, como o restaurante Basta, especializado em massas, o mercado representa a oportunidade de abrir sua primeira loja física. Mauricio Borges, sócio do restaurante, destaca o grande movimento e as boas expectativas para o negócio.
A queijaria Rancho das Vertentes, que já atuava em feiras da Junta Local, também concretizou o sonho de ter um espaço físico no mercado. Sandra Cardoso, sócia da queijaria, comemora o sucesso das vendas e o grande movimento no local.
Segundo Thiago Nasser, cofundador da Junta Local, a revitalização resgata a tradição do mercado como um espaço para produtores locais, gerando cerca de 150 empregos.
O mercado São José, parte de um grupo de espaços comunitários com nomes de santos, é tombado como Patrimônio Cultural do Rio desde 1994. Sua história remonta a uma senzala e celeiro de uma fazenda do Parque Guinle, adaptados em 1944 para fornecer alimentos à população durante a Segunda Guerra Mundial. Após décadas de abandono, o mercado passou por uma revitalização nos anos 1980, tornando-se um ponto da boemia carioca, até fechar em 2018.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br