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Nordeste: Oligarquias Perdem Força e Região Ganha Voz Decisiva na Política Nacional

Crédito: agenciabrasil.ebc.com.br

A política nordestina, outrora dominada por oligarquias seculares, passa por transformações significativas. O coronelismo, sistema de dependência e controle eleitoral, marcou profundamente a história da região. A centralização do poder durante a Era Vargas e a Ditadura Militar restringiu a autonomia dos estados nordestinos. Contudo, a redemocratização abriu caminho para um cenário mais plural e competitivo.

A cientista política Monalisa Torres ressalta que as elites locais se beneficiaram historicamente do atraso econômico, exacerbando as desigualdades sociais. “Eles trocavam os votos por cargos. E o governo eleito, em troca, fornecia os instrumentos para que essa manutenção e essa influência sobre a política local se mantivesse. Que cargos eram esses? Eram indicação de delegados, indicação de juízes, nomeação em funções públicas. Então, os governadores garantiam o acesso à máquina, e em troca, a elite local oferecia os votos.”

Nos últimos anos, a hegemonia oligárquica tem sido desafiada pelo avanço de partidos de esquerda e centro-esquerda. Programas sociais focados nas populações mais vulneráveis contribuíram para a redução das desigualdades, a melhoria da qualidade de vida e o aumento do poder de compra das camadas mais pobres. Como resultado, o Nordeste fortaleceu sua representatividade eleitoral e se tornou um ator crucial nas eleições presidenciais.

Para o cientista político Cláudio André, autor do livro Voto e Política no Nordeste, “o século XXI rompe com essa estrutura oligárquica e vai se construir através de um novo padrão de comportamento eleitoral, sobretudo focada na defesa de uma agenda que buscasse superar as desigualdades sociais, no padrão de representação política, no comportamento eleitoral e na ascensão de um novo ciclo político que também coloca uma nova agenda em debate, em torno das questões envolvendo as políticas públicas. Buscando a inclusão, políticas de saneamento, infraestrutura, geração de emprego e essas transformações que a gente percebe em uma nova estabilidade em torno do voto.”

Além da crescente relevância eleitoral, os governos estaduais do Nordeste intensificam a integração e a cooperação. O Consórcio Nordeste, criado em 2019, reúne os nove estados da região com o objetivo de fortalecer políticas públicas, atrair investimentos e enfrentar desafios comuns. O presidente do consórcio e governador do Piauí, Rafael Fonteles, destaca que “O Nordeste tem um papel fundamental na política nacional, não apenas pela força de sua gente e de sua cultura, mas também pela capacidade de se unir em torno de um projeto comum de desenvolvimento…Estados que se articulam juntos, defendendo investimentos em infraestrutura, segurança, inovação, educação, saúde e na transição energética.”

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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