O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, anunciaram a criação de um escritório emergencial destinado a combater o crime organizado no estado. O principal objetivo da iniciativa é aprimorar a colaboração entre as autoridades federais e estaduais.
A coordenação do escritório será dividida entre o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, e o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos. Segundo o ministro Lewandowski, o escritório servirá como um “fórum” para facilitar a comunicação e a tomada de decisões rápidas entre as forças de segurança, visando superar a atual crise. Ele também mencionou que essa iniciativa é um precursor de uma proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre Segurança Pública em discussão no Congresso Nacional, que busca integrar as forças federais, estaduais e municipais no combate ao crime.
O governador Claudio Castro enfatizou que a intenção é eliminar obstáculos burocráticos e garantir que a segurança pública atenda às necessidades dos cidadãos. A medida surge após uma operação nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em um alto número de mortes e gerou reações violentas por parte de criminosos, incluindo bloqueios de ruas e barricadas em diversos pontos da cidade.
Como resposta, o governo federal planeja aumentar o efetivo da Polícia Rodoviária Federal nas estradas em 50 agentes e reforçar a presença de agentes de inteligência no estado. Adicionalmente, peritos e vagas em presídios federais foram colocados à disposição, caso o governo estadual necessite.
Durante o encontro no Palácio Guanabara, o governador Claudio Castro ressaltou a importância do apoio federal no enfrentamento às organizações criminosas, afirmando que o estado tem atuado de forma isolada.
Em relação ao uso do termo “narcoterrorismo” pelo governo do Rio para descrever o crime organizado, o ministro Lewandowski discordou, argumentando que o termo não se aplica à realidade do estado, pois terrorismo envolve motivações ideológicas e políticas, enquanto facções criminosas são caracterizadas por práticas criminosas sistemáticas.
Tanto Lewandowski quanto Castro descartaram a possibilidade de empregar as Forças Armadas na segurança do estado por meio da decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O ministro esclareceu que a GLO é uma medida excepcional que requer uma solicitação do governador ou de uma autoridade local que reconheça a incapacidade das forças locais de lidar com uma crise. Castro negou ter considerado solicitar a medida, afirmando que a situação das forças de segurança do Rio de Janeiro é diferente da de 2018 e que o estado possui uma força de segurança estadual capacitada.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br