Doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya, representam um crescente problema para a saúde de mães e bebês no Brasil. Um estudo analisou mais de 6,9 milhões de nascidos vivos entre 2015 e 2020 e revelou que a infecção por esses vírus durante a gravidez está associada a maiores riscos de complicações no parto e para os recém-nascidos, incluindo parto prematuro, baixo peso ao nascer e óbito neonatal.
A pesquisa indica que a infecção por arboviroses durante a gestação aumentou o risco de parto prematuro, baixo escore de Apgar (avaliação rápida realizada após o nascimento) e morte neonatal. A dengue, além de estar ligada ao parto antes do tempo e ao baixo peso, também mostrou associação com anomalias congênitas. No caso da zika, os efeitos adversos foram ainda mais amplos, com destaque para a má-formação congênita, cujo risco foi mais que duplicado entre bebês de mães infectadas.
O estudo fornece evidências de que chikungunya e dengue também têm consequências graves, como o aumento do risco de morte neonatal e anomalias congênitas. A variação do risco sugere que diferentes mecanismos biológicos atuam em cada fase da gravidez, o que reforça a importância da vigilância e da prevenção ao longo de toda a gestação.
É preciso fortalecer as medidas de prevenção durante a gravidez para proteger a saúde das mães e evitar consequências que podem marcar a vida dessas crianças por muitos anos. Em comunidades vulnerabilizadas, a maior exposição ao mosquito transmissor aumenta o risco de infecção e os efeitos durante a gravidez tendem a ser mais severos.
Diante desse cenário, defende-se a urgência de ampliar a cobertura vacinal contra dengue, e adicionar a vacinação contra chikungunya na política nacional de imunização, oferecendo as vacinas gratuitamente e com ampla cobertura, independentemente da condição socioeconômica. Campanhas educacionais informando sobre os riscos associados à dengue e à chikungunya durante a gestação também são necessárias.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br