Sete governadores do Brasil anunciaram a formação do “Consórcio da Paz” nesta quinta-feira. A iniciativa visa promover a colaboração entre os estados através do compartilhamento de inteligência, apoio financeiro e reforço policial no combate ao crime organizado.
O anúncio surge após uma operação policial no Rio de Janeiro, nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em um alto número de mortos.
A reunião que formalizou o consórcio ocorreu no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, e contou com a presença dos governadores do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Goiás, além da vice-governadora do Distrito Federal. O governador de São Paulo participou remotamente.
O Rio de Janeiro será a sede inicial do consórcio e responsável por organizar o processo de formalização do grupo. Segundo o governador do Rio, a ideia é dividir estratégias eficazes no combate ao crime. Embora inicialmente liderado por governadores com alinhamento político, o objetivo é integrar todos os estados da federação, trocando experiências e recursos para enfrentar a onda de violência que afeta o país.
Os governadores presentes elogiaram a operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, com o governador de Minas Gerais a classificando como “a mais bem-sucedida”. A operação resultou em um alto número de mortos, incluindo policiais, além da apreensão de armamento. O principal alvo da operação não foi capturado.
O encontro também foi palco para críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que tramita no Congresso. Os governadores demonstraram preocupação com a possibilidade de o governo federal centralizar as diretrizes da segurança pública, atualmente sob responsabilidade dos estados. O governo federal argumenta que a PEC preserva a autonomia das forças de segurança estaduais.
Adicionalmente, o ministro da Justiça e da Segurança Pública e o governador do Rio de Janeiro anunciaram a criação de um escritório emergencial para enfrentar o crime organizado no estado, visando uma maior integração entre as esferas federal e estadual. O governo federal planeja aumentar o efetivo da Polícia Rodoviária Federal nas estradas do Rio, reforçar a presença de agentes de inteligência e enviar peritos. A pedido do governo estadual, já foi autorizada a transferência de dez presos para presídios federais.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br