Menos da metade das escolas públicas no Brasil está conectada à rede de esgoto, revelando uma disparidade significativa na infraestrutura básica entre as regiões do país. Um levantamento anual sobre a educação básica brasileira expõe essa e outras desigualdades, como o acesso à água potável, energia elétrica, coleta de lixo, banheiros e cozinhas nas instituições de ensino.
Embora 95% das escolas públicas possuam o mínimo de infraestrutura, o acesso à rede de esgoto e à coleta de lixo ainda é precário em muitas unidades. Apenas 48,2% das escolas estão ligadas à rede de esgoto, e mais de 20% não contam com serviço de coleta de lixo.
A situação é mais alarmante em algumas regiões. No Norte, somente 9,3% das escolas públicas têm acesso à rede de esgoto, enquanto no Nordeste, o índice é de 30,8%. Em contrapartida, no Sudeste, 84,7% das escolas estão conectadas à rede de esgoto, seguidas pelo Sul (56,9%) e Centro-Oeste (47,8%). A coleta de lixo também apresenta disparidades, com mais da metade das escolas no Norte (54%) sem o serviço, enquanto quase todas as escolas do Sul (97,2%) são atendidas.
A falta de infraestrutura básica impacta diretamente as condições de aprendizagem dos estudantes. Em estados como Acre e Roraima, a ausência de água potável e energia elétrica em um número significativo de escolas públicas é uma preocupação. A falta de banheiros também é um problema em Roraima.
Além da infraestrutura básica, a pesquisa revelou desigualdades nos equipamentos voltados ao ensino. Bibliotecas e salas de leitura são mais comuns em escolas de ensino fundamental II e ensino médio do que nas de ensino fundamental I. A presença de laboratórios de informática e ciências também varia consideravelmente entre as etapas de ensino e as regiões.
Apesar de 95,4% das escolas públicas terem acesso à internet, apenas 44,5% possuem uma conexão adequada para uso pedagógico. Isso limita o uso efetivo da internet nos processos de ensino e aprendizagem.
O levantamento conclui que uma educação pública de qualidade requer não apenas infraestrutura básica, mas também equipamentos voltados ao ensino e à aprendizagem. Os dados reforçam a importância de políticas públicas que considerem as desigualdades regionais, socioeconômicas e raciais para promover uma educação de qualidade com equidade.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
