Dois documentários lançados neste mês de outubro resgatam a trajetória e a morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida há 50 anos, durante a ditadura militar. As produções exploram diferentes aspectos da vida e do impacto do crime.
“A Vida de Vlado – 50 anos do caso Herzog”, produzido pela Cultura, onde Herzog atuava como diretor na época de sua morte, conta com o apoio do Instituto Vladimir Herzog. O filme estreou na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Narrado pelo jornalista Chico Pinheiro, o documentário dirigido por Simão Scholz, apresenta a história de Herzog, nascido em 1937 na antiga Iugoslávia e que chegou ao Brasil com sua família para escapar da invasão nazista. A diretora de jornalismo da Cultura, Marília Assef, destaca a presença de arquivos inéditos de Herzog na produção, incluindo slides de um filme sobre Canudos, recuperados pelo Instituto Vladimir Herzog.
O segundo documentário, “Herzog – O Crime que Abalou a Ditadura”, produzido pelo Instituto Conhecimento Liberta, foca especificamente no crime. A diretora-executiva de conteúdo do Instituto, Márcia Cunha, explica que o filme se concentra no período que antecedeu e sucedeu a morte de Herzog, buscando expor as ações e estratégias da ditadura. Para suprir a falta de imagens de arquivo, a produção utilizou o recurso de história em quadrinhos, em uma abordagem diferenciada. O diretor e roteirista Antônio Farinaci ressalta o trabalho com relatos e depoimentos para recriar episódios sem registro visual.
O filme apresenta depoimentos de jornalistas como Dilea Frate, Paulo Markun, Rose Nogueira e Sérgio Gomes, além do filho de Herzog, Ivo Herzog, e do diretor, produtor, roteirista e escritor João Batista de Andrade.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br