O recente alerta sobre intoxicação por metanol tem focado em bebidas destiladas como vodka, gin e uísque, produtos frequentemente alvo de falsificações devido ao seu alto valor comercial. No entanto, especialistas alertam que bebidas fermentadas como vinho, chope e cerveja também podem ser adulteradas com a substância tóxica.
Segundo um farmacêutico-bioquímico, vinhos, em particular, devido ao seu maior valor agregado e teor alcoólico, representam um risco. Pequenas quantidades de metanol podem surgir naturalmente durante o processo de fermentação, mas a legislação impõe um limite máximo de 20 miligramas por 100 ml, conforme norma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O metanol é consideravelmente mais tóxico que o etanol, cerca de seis vezes mais, representando um perigo significativo para a saúde, especialmente para o sistema ocular, podendo causar desde turvação visual até a perda permanente da visão. Atualmente, ainda não se sabe se os criminosos estão adicionando metanol diretamente às bebidas ou se estão utilizando etanol de baixa qualidade já contaminado com altos níveis de metanol.
Um aspecto preocupante é a dificuldade em identificar a adulteração por meio dos sentidos. Etanol e metanol possuem características semelhantes em cor, cheiro e sabor, tornando a detecção complexa para o consumidor.
Neste cenário, a orientação para o público é estar atento aos sinais incomuns após o consumo de qualquer bebida alcoólica. Diante de qualquer sintoma fora do normal, é fundamental buscar assistência médica imediata.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br